- Saca, quando você sabe que alguma coisa está errada, mas você não sabe exatamente o que é?
- eu acho que você anda escutando muito Bob Dylan.
- sério?
- sim.
- você acha que eu devia parar?
- não sei se parar. Mas dar um tempo. É perigoso gostar tanto de bob Dylan, ele faz com que você tome certas decisões que são sérias demais para um fã.
- é.
- não que isso seja um motivo para você se preocupar.
- não, né?
- acho que não.
(...)
- eu acho que só depois do meu pé na bunda foi que eu descobri de novo a minha masculinidade. Eu acho que depois do pé na bunda eu fiquei mais homem.
- é, eu também fiquei mais macha.
(...)
- o quê que tu ta escrevendo?
- quer ouvir?
- Pode ser.
- “Um tempo levou para eu entender todas as conexões que parecem que só agora passam a fazer sentido. Observar os dias de longe, do alto, com a sabedoria do tempo. Esse é o canal. Talvez morrer seja ir, lentamente, acumulando filtros de tempo em frente aos nossos olhos. Mas ao invés de cegos, nos tornamos serenos. E eternos. Muitos morrem antes de enxergar. Muitos.” O quê que tu achou?
- Não sei.
- Será que eu deleto?
- Ah. Na dúvida salva.
(...)
eu sempre sobro no final.
Eu - Toda a fumaça contem fantasmas.
Você - Toda a noite contem perigo.
Eu - Todas as seringas contem doenças.
Ele - Infeccione-me antes que o tempo acabe.
Você - Contamine-me antes que fique tarde.
(...)
- tudo o que sobrou da nossa briga foi eu me enxergar dentro do olho dela.
- você se reconheceu dentro do olho do seu inimigo.
- sim.
- “reconhecer-se frágil é saber-se forte”. Coisa de japonês.
- como é que tu saca essas coisas?
- foi tu que sacou.
Um comentário:
jesuis esses teus texto tão muuuuito mega chique xuxu mesmo
não vou mais te mandar as bagacerice que eu escrevo
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