quarta-feira, 20 de agosto de 2008

CASA DA TIA DA COHAB. SAFRA 2008. ENVELHECIDA DESDE JUNHO.

- Saca, quando você sabe que alguma coisa está errada, mas você não sabe exatamente o que é?

- eu acho que você anda escutando muito Bob Dylan.

- sério?

- sim.

- você acha que eu devia parar?

 - não sei se parar. Mas dar um tempo. É perigoso gostar tanto de bob Dylan, ele faz com que você tome certas decisões que são sérias demais para um fã.

- é.

- não que isso seja um motivo para você se preocupar.

- não, né?

- acho que não.

 

(...)

 

-       eu acho que só depois do meu pé na bunda foi que eu descobri de novo a minha masculinidade. Eu acho que depois do pé na bunda eu fiquei mais homem.

 

- é, eu também fiquei mais macha.

 

(...)

 

-       o quê que tu ta escrevendo?

-       quer ouvir?

-       Pode ser.

-       “Um tempo levou para eu entender todas as conexões que parecem que só agora passam a fazer sentido. Observar os dias de longe, do alto, com a sabedoria do tempo. Esse é o canal. Talvez morrer seja ir, lentamente, acumulando filtros de tempo em frente aos nossos olhos. Mas ao invés de cegos, nos tornamos serenos. E eternos. Muitos morrem antes de enxergar. Muitos.” O quê que tu achou?

-       Não sei.

-       Será que eu deleto?

-       Ah. Na dúvida salva.

 

 

(...)

 

eu sempre sobro no final.

 

Eu - Toda a fumaça contem fantasmas.

Você - Toda a noite contem perigo.

Eu - Todas as  seringas contem doenças.

Ele - Infeccione-me antes que o tempo acabe.

Você - Contamine-me antes que fique tarde.

 

 

(...)

 

- tudo o que sobrou da nossa briga foi eu me enxergar dentro do olho dela.

- você se reconheceu dentro do olho do seu inimigo.

- sim.

- “reconhecer-se frágil é saber-se forte”. Coisa de japonês.

- como é que tu saca essas coisas?

- foi tu que sacou.

 

 

Um comentário:

quasechuva disse...

jesuis esses teus texto tão muuuuito mega chique xuxu mesmo
não vou mais te mandar as bagacerice que eu escrevo